segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Quase um ano...

"Você pode fazer qualquer coisa, mas você não pode fazer tudo."
Greg McKeown

Quase um ano depois, sem escrever aqui, mas me aquecendo para que pudesse voltar. Quantas perguntas no último post (aqui) e elas foram todas respondidas. Entretanto... mudaram as perguntas!!

É impressionante o quanto tempo demorou entre o compreender até o conseguir vivenciar as modificações que tanto desejávamos em nossas vidas. Hoje não temos grandes dívidas e ainda conseguimos guardar uma quantia mensalmente para o futuro. Ainda esta semana iremos conversar e listar as maiores importâncias para nós, aquilo que não poderemos nos desfazer ou deixar de investir. Assim, iniciaremos algumas mudanças novamente. 

Estamos com mudanças de planos: o Fer deseja se aprofundar enquanto eu... me achar!! he, he. A minha grande dificuldade: gosto de muitas coisas, e por ser detalhista, faço sempre o melhor possível (que geralmente é acima da média). Evidentemente que tanta exigência me extrai uma grande quantidade de energia.

Ultimamente ando me aprofundando nisso: em que tipo de coisas, situações e pessoas eu ando dispendendo energia? E quais - ou quantos - desses "extratores de energia" realmente são importantes para mim?

Por enquanto, a única certeza é que me desgasto muito tentando evitar o medo. O medo de fracassar, de falir, de passar fome, de passar vergonha, de fazer quem eu amo sofrer... Talvez eu precise de um pouco mais de medo de ser infeliz. Quem sabe eu perca um pouco o medo de errar.

Com carinho, Tel

sábado, 28 de setembro de 2013

O (re) começo...



Existem palavras sábias, mas a sabedoria não é suficiente, falta ação. 
Jacob Levy Moreno


Pois é, hoje é oficialmente o dia do recomeço. Agora iremos para a prática daquilo que acreditamos, do que estamos há alguns meses implantado em nossa vida: uma vida minimalista. Não iremos nos ater ao termo e nos livrar de tudo, mas queremos realmente viver sem guardar coisas (e sentimentos) desnecessários. Será que nós conseguiremos viver com o necessário e reduzir e espaço e tempo utilizados com "coisas guardadas"? Será que sem nenhuma dívida conseguiremos viver com o que ganhamos? Sabemos que é possível, mas será que nós conseguiremos?! ** medo **

Agora estou compartilhando, pois o que percebo é que ainda necessário uma atenção constante. Tenho vontade, mas tenho muito medo de gastar. O que me tranquiliza é saber que para mudança de hábitos é preciso no mínimo 21 dias realizando a atividade. Eu acho que será necessário mais do que isso!

Bem, o que fizemos foi relacionar (em papel mesmo!!!):

  • Nossas dívidas: bancos, empréstimos, financiamentos, pessoas, etc. Colocamos um valor um pouco acima, pois se sobrar é melhor que faltar!
  • Uma lista sub-dividida em três: O que queremos (comprar); O que precisaremos; O que faremos! Estipulamos alguns valores aproximados, mas ainda nada certo. Será necessário colocar colunas com os itens "Previsto" e "Real".
  • Uma outra lista com as "Receitas" e "Metas de despesas" mensais. Nós iremos usar o sistema de envelopes. Pode parecer meio antiquado, mas iremos testar. O objetivo é "gastar no papel, para depois gastar de verdade".

Além disso, nós pegaremos a chave de um apartamento (aluguel) nesta semana. Como ele é beeem menor do que o que moramos, iremos nos desfazer de muitos móveis, pertences e "guardados". Sabem aquelas coisas que guardamos, pois um dia iremos usar? Pois é, bem essas! Apesar de que já nos desfizemos de muitas coisas, ainda tem algumas que são um pouco mais difíceis. Por exemplo, para mim, livros, material de escritório e de artesanato, são sempre essenciais. Tenho sempre a justificativa de "um dia eu vou usar". Para o Fer, ferramentas, pregos, parafusos, fios, etc... Mas já melhoramos muito, e agora a mudança para um lugar menor, com menos móveis, com certeza o nosso inventário reduzirá, e muito!

E acreditem, mesmo com medo, estou muito feliz por poder recomeçar. Ou melhor, de nós podermos recomeçar. O melhor de tudo isso, é que nós quatro estamos nessa juntos! Vamos colocando as novidades por aqui, certo?

Bjs, Tel






terça-feira, 3 de setembro de 2013

O medo de faltar


"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro;
a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz." (Platão)

Nós nunca ouvimos as pessoas falarem que desejavam ser ricas. Eu acho que quando eu era criança (adolescente, jovem...) eu queria! Não sei eu desejava isso pelo fato de não ter a mínima noção de que para adquirir as coisas era necessário dinheiro, sei que não falava por causa da ideia de que "os riscos são malvados" (lembram da passagem bíblica do camelo e buraco da agulha? he, he)

Conforme vamos crescendo e amadurecendo, percebemos que para bancar noitadas, roupas e etc, é necessário o vil metal. E muito! Eu vejo que isso aconteceu comigo, com as pessoas ao meu redor e hoje, eu vejo isso acontecendo com o meu filho.

O mais estranho é que corremos enlouquecidamente para que possamos adquirir as coisas, para quando envelhecermos possamos "ficar tranquilos morando na beira da praia" ou seja lá qual for o seu sonho de aposentadoria. Não sou contra essa ideia, de jeito nenhum! Eu só questiono o fator "tempo"; o que nos leva a querer fazer isto somente depois? Qual é a real dificuldade em viver tranquilo na beira da praia hoje? Entendam essa expressão - viver na beira da praia - muito mais como um estado de espírito do que especificamente estar em um determinado local.

Eu amo (MUITO) equipamentos tecnológicos, adoro a internet e jogos de computador! Entretanto hoje, quando meu celular trava - claro que bem no momento em que preciso fazer uma ligação urgente - eu consigo sentir o peso do quanto seria caro ter o telefone dos meus sonhos. E não digo pelo recurso financeiro, mas por aquilo que mais me é importante hoje: o tempo com a minha família! Eu poderia trabalhar o dobro e ganhar mais, mas eu perderia muito mais! Eu já fiz isso, trabalhei em três lugares, ganhava bem, mas também tinha o nosso maior problema: GRANA. Ou melhor, a falta dela...

Eu tenho medo, tenho muito medo das coisas piorarem de um jeito irreversível... E é neste momento que eu regresso, reflito, choro. Tudo isso, pois eu preciso que brote no meu íntimo a sensação, o sentimento, a delícia que é viver com essa família que escolhi criar. É isto hoje me dá forças... Amanhã talvez seja outra coisa. Por hora, está valendo!!



domingo, 1 de setembro de 2013

A falta não quer dizer vida simples


Quando casei com a Telma levei muita coisa que havia acumulado dentro das caixas da minha vida. Não foram objetos, mas atitudes e posturas. Hábitos arraigados desde a minha avó, que passaram para minha mãe e chegaram a mim. Me deparei com isso nos últimos 02 anos em algumas boas conversas com a minha mãe. Com a famigerada justificativa - "vamos guardar, pois em algum dia vamos usar" - guardei muita coisa.
Ao mesmo tempo aprendi a me desfazer muito rápido, pois de tempo em tempo, por não termos casa própria, devíamos procurar uma nova casa. Contando com o tempo de seminário e o tempo que estou com a Telma, foram 19 mudanças de casas. Como o dinheiro sempre fora rareado, tínhamos que cuidar das coisas, consertar, reformar, reaproveitar. Quando não, trazer coisas da rua que encontrava descartada, coisas recebidas, compradas de segunda mão.
A falta me fez guardar: pequeninos pregos de sola de sapato, até camas desmontadas. Um dos resultados diretos disso, foi a habilidade de consertar e arrumar as coisas antes de me desfazer definitivamente. Hoje vejo isso como um ganho valioso.
Evidentemente, a fortiori, levei toda essa vida para a minha nova vida. Escolhi pela Telma, mas levei junto algumas coisas que ela me ajudou a escolher. Estar com ela me deu segurança para encaixotar, ensacar e me desfazer de muitos entulhos. 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Agora...algumas das minhas escolhas: A Telma

Eu escolhi pela Telma. Isso sempre ficou claro para ela. Há 11 anos, em meio ao meio dilema: voltar para o seminário ou ficar com a Telma, eu fiz a escolha que deu uma nova direção para minha vida. Como estudo filosofia, não se tornou muito difícil pensar em Arthur Schopenhauer, filósofo alemão que deu as pistas para o existencialismo. Eu me considero existencialista. Para ele, fazer escolhas significa ser acometido por uma angústia de deixar igualmente alguma coisa também importante, boa e digna de escolha. A decisão foi minha e a responsabilidade também. Não podia transferir isso para ninguém, muito menos para a Telma. Ter a Telma comigo foi a escolha mais sofisticada que eu já fiz. É uma relação que me desafia e me faz ficar melhor, crescer, ter maturidade, amar e ser simples. Sobre isso tratarei em um futuro post. 



sábado, 10 de agosto de 2013

No dia dos pais, sobre a escolha de ser mãe


"... Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, 
quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe..."
(Certezas, Mário Quintana)

O primeiro post do nosso blog, talvez devesse ser sobre o minimalismo, ou sobre o que nos levou a escolher uma vida mais simples, mas quem disse que tem que ser assim? Então vou escrever sobre alguns comentários que após as devidas reflexões fez surgir a ideia deste blog.


Estou com o Fer há uns 11 anos (09 casados). Muitas mulheres sempre me dizem que eu "tenho sorte" de ter alguém como ele comigo
ou "ai, ele é tudo de bom". E qual será o motivo de constantes declarações?? Sério, algumas vezes isso me irritava tanto. E não, não é por ciúmes de que alguém fosse roubá-lo de mim.

O que sempre me deixava - pois agora é bem menos - irritada era o fato das pessoas não perceberem duas coisas: 
escolhas relações. Nós nos escolhemos. Ele não apareceu do nada pra mim e ficamos juntos sem questionar, sem nos conhecer e sem muuuiiito conversar. Ninguém nos obrigou a namorar, noivar ou a casar. E eu não fiz chantagem do tipo "você fica comigo ou você nunca mais me verá" ou então "volto para o meu ex".

Muito pelo contrário, eu sugeri (confesso que meio enfaticamente) que ele fizesse psicoterapia. Ele foi seminarista por toda a sua adolescência e início da juventude e antes de se tornar padre, ele decidiu sair por um ano do seminário. Neste um ano nos conhecemos e o nosso relacionamento deixou ele com dúvida. Para resolver: psicoterapia! E assim foi... Não lembro quando ele decidiu ficar, mas lembro que quando decidimos noivar eu perguntei: "então você não vai voltar?" e ele respondeu: "não. Vou ficar. E agora eu quero ficar com você."

Não tivemos pedido de noivado, de casamento, as coisas simplesmente foram acontecendo. Muito simples e calmamente. Alguns acham romântico, outros pragmático demais.


Nós nos definimos existencialistas, e com isto queremos dizer que ou pensamos de acordo ou buscamos pensar. Desta maneira compreendemos que tudo, digo TUDO MESMO que acontece na nossa vida é consequência de escolhas. Claro, em sua grande maioria o ser humano não escolhe sofrer, mas diante das várias possibilidades, ele tende escolher a mais conhecida, mesmo que isto lhe traga maior sofrimento.

Na psicologia dizem que a culpa é sempre da mãe. Eu não gosto da culpa, acho que ela precisa ser transformada em responsabilidade. E nós mães também temos responsabilidade pela relação de nossos filhos com os pais deles (independente da relação de vocês dois). E sobre os relacionamentos... bem, isso fica para um outro dia!

E simplifique suas escolhas...

Um ótimo final de semana, e feliz dia dos pais para todos nós!


Tel